Podemos.

Essa palavra envolve um convite à ação coletiva: juntos nós podemos.

Insinua que cada um pode ser sujeito da construção social coletiva. É uma convocação para que todos participem da organização de uma sociedade compatível com seus sonhos.

Em nenhum momento da história as transformações sociais aconteceram de forma tão intensa e acelerada como agora.

Antes, a associação entre as pessoas era definida, principalmente, pela sua posição na estrutura produtiva ou por algumas características de cunho político. Proletários x burgueses, direita x esquerda, conservadores x trabalhistas. Foi a era dos grandes conglomerados sociais.

Tudo mudou.

Mudaram a estrutura produtiva, a forma de trabalhar, as relações de trabalho e a comunicação entre as pessoas.

Em passado não tão longínquo, grandes organizações (partidos, igrejas, sindicatos) monopolizavam a representação dos interesses e apontavam o caminho da esperança de grupos expressivos de pessoas.

Hoje, essas “megaorganizações” não mais dão conta de agregar os interesses diversos que convivem intensamente na sociedade.

O mundo se organiza hoje em torno de causas.

E são inúmeras as causas: anticorrupção, defesa animal e ambiental, reforma agrária, reforma urbana, meios alternativos de transporte, expressões culturais de periferia, feminismo, movimentos gays, conscientização para apoio aos imigrantes e por aí vai. Em torno de causas organizam-se mobilizações que se materializam em gigantescas manifestações populares convocadas, em pouquíssimos dias, pela internet.

Hoje, os eleitores criam e desfazem seus laços de identidade em uma velocidade espantosa. As pessoas não repudiam o coletivo, mas querem escolher o grupo do qual vão participar, mantendo sua individualidade e preservando sua capacidade crítica.

Antes, o partido dava forma aos desejos das pessoas. Hoje, as pessoas moldam suas próprias instituições – e querem influenciar seu funcionamento.

A expansão da internet revolucionou as formas de viver em sociedade, horizontalizou a comunicação e democratizou o acesso à informação. Hoje, o mundo é mais complexo, mais dinâmico e mais integrado.